Um casal de produtores rurais de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, desafiou um velho provérbio árabe que diz: “quem planta tâmaras, não colhe tâmaras”. Em apenas quatro anos após o plantio, eles conseguiram colher uma safra da fruta, que tradicionalmente demora de 80 a 100 anos para produzir frutos no Oriente Médio.

A planta em questão é a tamareira (Phoenix dactylifera L.), uma das frutas mais importantes e simbólicas do Oriente Médio e do Norte da África. Em sua região de origem, as condições climáticas, o tipo de solo e o método tradicional de cultivo tornam o processo muito mais demorado. Já no Brasil, o clima tropical de Mato Grosso, aliado a técnicas modernas de cultivo e irrigação, permitiu o rápido desenvolvimento da planta.

O cultivo está sendo realizado em uma área de 5 hectares, e o resultado surpreendeu os próprios produtores, que viram na fruta uma oportunidade de diversificação da produção rural.

Outro diferencial do processo é a forma de desidratação das tâmaras. Enquanto no Oriente Médio esse processo ocorre naturalmente, com a fruta secando ao sol, em Mato Grosso ele é feito em estufas controladas, por aproximadamente cinco dias, em temperaturas entre 45 °C e 50 °C. Esse método garante maior controle sobre a qualidade final do produto.

A tâmara possui baixa quantidade de gordura e proteína, mas é rica em açúcares naturais, como frutose e glicose, sendo uma excelente fonte de energia.

A experiência em Tangará da Serra mostra como a inovação no campo e a adaptação de culturas exóticas podem abrir novas possibilidades para a agricultura mato-grossense.

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