Na manhã desta quinta-feira (08), a Polícia Civil deflagrou a operação “Poço sem Fundo”, que resultou no afastamento de servidores da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) suspeitos de participação em um esquema de corrupção que desviou R$ 22 milhões dos cofres públicos entre 2020 e 2023.

De acordo com a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), o esquema envolvia fraudes em contratos para perfuração de poços artesianos destinados a comunidades rurais em Mato Grosso. O objetivo oficial era garantir o abastecimento de água, mas auditorias da Controladoria Geral do Estado (CGE) identificaram graves irregularidades.

Entre os problemas apontados estão a inexistência dos poços nos locais contratados, estruturas sem condições mínimas de funcionamento e obras executadas em locais inapropriados, como áreas urbanas, propriedades privadas e até garimpos ilegais.

Ao todo, a Justiça determinou medidas contra 24 pessoas físicas — sendo 16 servidores e ex-servidores públicos — além de 8 empresários e 6 empresas. Estes estão proibidos de contratar com o poder público, receber repasses do Estado e manter contato entre si. Também estão impedidos de acessar prédios públicos relacionados à investigação e tiveram os passaportes recolhidos.

Moradores de comunidades afetadas relataram improvisos para obter acesso à água, diante da ausência de estrutura adequada prometida pelos contratos públicos.

Além da Metamat, a operação também envolve servidores ligados à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), que foram alvos de medidas judiciais semelhantes. A investigação segue em andamento com a quebra de sigilos bancários e fiscais, e a análise de dispositivos eletrônicos apreendidos.

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