A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação "Poço Sem Fundo", que investiga um esquema de desvio de recursos públicos estimado em cerca de R$ 22 milhões. Os desvios teriam ocorrido por meio de contratos para perfuração de poços artesianos destinados ao abastecimento de comunidades rurais no estado.
Entre os principais alvos da operação está o ex-deputado estadual Wagner Ramos (União Brasil), que atualmente exerce o cargo de diretor administrativo da Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat). Também são investigados o ex-presidente da Metamat, Juliano Jorge Boraczynski, e o diretor técnico Francisco Holanildo Silva Lima.
As investigações revelam que, entre os anos de 2020 e 2023, uma associação criminosa teria se instalado na Metamat com o objetivo de fraudar contratos públicos, desviando recursos que deveriam ser destinados a obras de infraestrutura hídrica em áreas rurais.
A operação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), em conjunto com a Controladoria Geral do Estado (CGE), que identificou as irregularidades por meio de auditorias.
Durante a operação, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra. A Justiça também decretou o sequestro de 49 imóveis, 79 bens móveis, além do bloqueio de contas bancárias dos envolvidos e a proibição de empresas investigadas de contratar com o poder público estadual.
Até o momento, não houve prisão de envolvidos, mas as investigações seguem em andamento para apurar a totalidade do prejuízo aos cofres públicos e a extensão da rede de corrupção.
A operação reforça o compromisso dos órgãos de controle no combate à corrupção e no resgate da integridade na aplicação de recursos públicos em áreas essenciais, como o abastecimento de água em comunidades carentes.