O empresário Igor Thomae Rodrigues, de 27 anos, perdeu a visão após ingerir uma bebida alcoólica em Água Boa, a 736 km de Cuiabá. O caso está sendo investigado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) como suspeita de contaminação por metanol, uma substância altamente tóxica. Até o momento, Mato Grosso já confirmou um caso de intoxicação por metanol.

De acordo com Igor, na noite do dia 14 de outubro, ele retornou de uma viagem a trabalho e comprou uma garrafa de whisky em um mercado da cidade. Após consumir o conteúdo, começou a sentir falta de ar e notou que sua visão ficou completamente turva.

“A minha visão mudou de normal para algo como se houvesse duas lanternas acesas dentro dos olhos. Eu via tudo branco”, relatou o empresário.

Ele pediu ajuda ao Corpo de Bombeiros, que realizou os primeiros socorros em sua residência e o encaminhou ao Hospital Regional Paulo Alemão.

Em nota, o hospital informou que o diagnóstico inicial foi de intoxicação por etanol, mas que não foram obtidos exames laboratoriais ou toxicológicos capazes de confirmar a suspeita. O paciente recebeu alta no dia 18 de outubro, sendo orientado a continuar o acompanhamento médico especializado.

Após a alta, Igor buscou atendimento em Goiânia (GO), onde permanece internado em uma unidade particular de saúde, acompanhado pela família. Segundo ele, os médicos informaram que há grande probabilidade de o caso estar relacionado à intoxicação por metanol.

“A oftalmologista disse que meu nervo ótico estava seco, sem corrente sanguínea. Três doutores disseram que há 99,9% de certeza de que é metanol”, afirmou.

O Ministério da Saúde alerta que os sintomas de intoxicação por metanol podem surgir entre 12 e 24 horas após a ingestão, incluindo tontura, náusea, dor de cabeça, visão turva e falta de ar.

A médica intensivista Patrícia Mello, presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, explica que, sem diagnóstico rápido e tratamento adequado, a mortalidade pode ultrapassar 50%. Quando o socorro é imediato, o risco de morte cai para menos de 10%.

Após o ocorrido, uma força-tarefa da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária realizou uma operação em Água Boa e cidades vizinhas, fiscalizando comércios suspeitos de vender bebidas adulteradas. Segundo informações, entre os dias 11 e 14 de outubro, outras pessoas apresentaram reações adversas após o consumo de bebidas alcoólicas comercializadas na região.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que continua monitorando o caso e aguarda o resultado dos exames laboratoriais para confirmar a causa da intoxicação.

“A Secretaria orienta que quem ingerir bebida alcoólica de origem desconhecida e apresentar tontura, dor de cabeça, náusea ou alterações visuais deve procurar imediatamente uma unidade de saúde”, reforçou o órgão.

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